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CAPS para usuários de crack

Ponte Nova, município de 55.958 habitantes, IBGE-2010, é serviço de referência em Saúde Mental para 18 municípios pertencentes à sua microrregião, na zona da mata norte mineira, além de Abre Campo-MG, número total de 210.766 habitantes. Não há CAPS AD ativo na microrregião. Isso torna nosso município - e nosso CAPS 1 -, elementos efetivos, com bons resultados, atendendo, acolhendo e recebendo a demanda de saúde mental, incluindo-se uso de substâncias lícitas e ilícitas.
O CAPS faz reuniões de matriciamento e discussão de casos em saúde mental para 13 Equipes de Saúde da Família de Ponte Nova.
         No momento, possuímos em média 55 pacientes em permanência-dia sendo xx% destes usuários de álcool e/ou outras drogas e xx% de pacientes com quadros psicóticos primários. Atividades voltadas para usuários dependentes químicos também são realizadas: reuniões de grupos, oficinas, “o bom-dia” o Alcoólicos Anônimos e outros elementos terapêuticos, compondo um projeto individual expressivo. Em mídia temos oportunidade de nos fazer novamente efetivos. Escrevemos um blog e um jornal quinzenal, com temas pertinentes a álcool e drogas, facilitando o acesso da população e equipe técnica a união e atualização de conteúdos.

Neste sentido, a qualificação do CAPS de Ponte Nova, através de supervisão Clínico-Institucional se justifica pela crescente necessidade de desafios terapêuticos contra a visivelmente crescente população de dependentes de substâncias. A supervisão clínico-institucional se apresentará como fundamental na formação de técnicas e saberes. Não só, claro, da nossa equipe técnica própria, mas também para os diversos serviços que envolvem a rede de Saúde Mental Microrregional. Conta com centros de convivência ativos, associações de usuários, PSFs, conselhos de saúde, etc, agindo em conjunto terapêutico para dependentes de “crack” – ressalte-se ser uma explosão de casos – além de álcool e outras substâncias psicoativas deletérias que circulam na sociedade.

Depoimento de usuário de "crack" em tratamento no CAPS

"Tô aqui pensando como tudo começou... isso sim, se conseguisse pensar. Sequelada, com dente quebrado e triste. Muito triste. No CAPS de novo. O que é CAPS? Centro de atenção psicossocial. Mas eu comecei só com um baseado? Achava legal, me esforçava para fumar, aí o barato! Que barato! Fumava e ficava viajando. Viajando em que mesmo? Nas aulas que estava perdendo, no mico que estava pagando. E a fome? Comia, comia, comia. Depois dormia. Não aguentava fazer nada, mas ninguém percebia. Maconha era legal, não tinha problema, era a cultura herdada dos anos 70. Até quando conheci a cocaína; nossa que delícia! Uma sensação de poder, de imaginação, de criatividade e junto sempre o álcool, era ótimo. Geração young, dancing days, e que se foda o mundo. Que se foda nós. Então engravidei da minha primeira filha aos 18 anos, prestes a fazer vestibular, e vocês acham que parei? Não, eu não parei. Fumava e cheirava menos, claro, mas usava assim mesmo. Depois a depressão. Nessa época comecei a saber e sentir o que era a depressão após cheirar. Horrivel. Aí vieram meus pais e me levaram para a casa deles. Eles me amavam da forma deles e sempre me julgando. Me julgavam o tempo todo e até hoje. ´Você tá muito isso.´ `Você não faz nada.` Autopiedade é a pior história do adicto, mas preciso me livrar dessa autopiedade. Tô vulnerável, triste, mas não autopiedade. Então comecei a estudar em Viçosa, na UFV; então foi quando mais fumei maconha na minha vida e conheci o que seria minha salvação e minha desgraça. Sempre coloquei minha vida nas mão dos outros. O Luciano, meu Lu, meu amor. Pai dos meus filho e que me levou a vários lugares bonitos. Viajamos muito, bebemos o melhor whisky, fizemos a melhor transa, tivemos os melhores filhos. Então ele morreu com dois tiros na cabeça e eu fiquei sozinha. Não conheço ainda esse Deus que me falam, ou ao menos não tô me lembrando agora, mas me falaram para eu me apegar a ele; fui a igrejas, vou ao centro kardecista, mas onde parece que o céu está mais próximo de mim é quando estou dormindo. Eu gostaria de ver Lu e viver nossa história de novo. Você me tirou da minha realidade e eu não consigo voltar para ela. Não sei criar meu filhos, estou com a sua idade quando te conheci. Sem perspectiva de emprego, me drogando, me prostituindo. Hoje o que posso fazer quando sair daqui é ir orar na casa de uma amiga que me chamou para orar com ela. Ela conseguiu ver e crer no Espírito Santo de Deus e eu vou lá. Ver se consigo ver e crer nesse Deus que pode me levar para caminhos que ainda não conheço e que podem ser que eu goste, que me sinta bem, em PAZ. O que eu quero é PAZ, tranquilidade, AMOR, FRATERNIDADE, IRMANDADE, LUZ!!"

Júlia

Boa semana de trabalho para todos!

Em existencialismo, sobre tempo e jabuticaba

Contei meus anos. Descobri que não faz diferença pensar em quanto terei pra viver, mas, sim, quanto tempo aproveitarei. A morte é a verdade que todos sabemos e por isso somos iguais. Sinto-me como aquele menino, que colheu na jabuticabeira, um pote de jabuticabas. As primeiras peguei logo, de pronto, da jabuticabeira. Das maiores aproveitei o caroço. Enguli. Para as outras que se penduravam na jabuticabeira, sorri. Sabia que tinha tempo. Limpei-as, mordi. Era bonita a jabuticabeira, tive mais tempo. Colhi o momento de observar as jabuticabas, transcendental - as bonitas e as feias.

Em muitos momentos - trascendentais - já estive de egos inflados. Inclusive do meu. Às jabuticabas, não atribuo egos, sabia que era da sua essência serem bonitas ou feias. Inquietei-me com os que cobiçavam os outros egos. Aplaudi os lugares, os talentos, a sorte. Ocupei-me pelas coisas que eu próprio podia: sorte, talento, momentos. Sei que não mereço dizer o mal dos outros. São eles. Participei, chorei, aplaudi, apaziguei as brigas, embora soubesse que o cargo de secretário-geral do coral não me cabia. Cabia o meu canto, um dos de muitos tenores. Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos. Desejava a essência, o coral, as jabuticabas, as pitangas. Minha alma compadece, entende, solidariza-se. Sem desejar mais jabuticabas, fui à pitangueira. Havia poucas maduras. Esperei uma semana. Voltei lá.

Sei que Deus há em torno de mim, amigo, essencial...

Grandes motivos para tratar a ansiedade

A ansiedade é a mais comum causa de desconforto e busca por auxílio médico-psiquiátrico em todo o mundo. Estima-se que pelo uma em cada quatro pessoas de qualquer idade sofram com sintomas ansiosos. Estudos recentes mostram que esse número pode chegar a 45%! Afeta mais comumente mulheres do que homens e geralmente se inicia bem cedo na vida - na infância, adolescência ou idade adulta jovem.

Ansiedade pode ser entendido como apreensão, preocupação, nervosismo e diversos outros sintomas e suas consequências, como insônia, alterações do apetite, alterações hormonais, etc. É causa comum de depressão e já se sabe - há algum tempo - que implica em maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Há algum tempo...

Mais recentemente, estudos mostraram dados mais alarmantes. A ansiedade mostrou ser capaz de aumentar o risco de virtualmente todas as doenças. Dois bons estudos podem ser citados: o primeiro é um estudo sueco extremamente confiável. Mostrou que o risco de todas as doenças é aumentado pela percepção de ansiedade e que pessoas ansiosas têm maior risco de serem hospitalizadas além de mostrarem qualidade de vida muito inferior. Outro estudo mostrou que ser ansioso não só provoca depressão, como eu já disse, mas também dificulta o tratamento da depressão já existente.

Só más notícias? De jeito nenhum...

A boa notícia notícia é que a ansiedade é plenamente tratável e com resultados excelentes. Novos medicamentos, psicoterapia e outras formas de tratamento são extremamente eficazes. O reconhecimento dos sintomas por si próprio e por outros é um bom início...

Referências:
* Kaplan & Saddock, Tratado de Psiquiatria, 2005.

Sobre o crack 1 - da Wikipédia

Crack é uma droga, geralmente fumada, feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio.[1] É uma forma impura de cocaína e não um sub-produto. O nome deriva do verbo "to crack", que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem.
Fumo de crack numa lata de alumínio.

A fumaça produzida pela queima da pedra de crack chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que o da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência. Não raro o usuário tem alucinações e paranóia (ilusões de perseguição).
Em relação ao seu preço, é uma droga mais barata que a cocaína.[2]
O uso de cocaína por via intravenosa foi quase extinto no Brasil, pois foi substituído pelo crack, que provoca efeito semelhante, sendo tão potente quanto a cocaína injetada. A forma de uso do crack também favoreceu sua disseminação, já que não necessita de seringa — basta um cachimbo, na maioria das vezes improvisado, como, por exemplo, uma lata de alumínio furada.

Índice

[esconder]

[editar] História

Árvore de Coca na Colombia
A folha de coca (cujo consumo mesmo quando em grandes quantidades, leva a uma absorção mínima de cocaína) é usada comprovadamente há mais de 1200 anos pelos povos nativos da América do Sul. Eles a mastigam para ajudar a suportar a fome, a sede e o cansaço, sendo, ainda hoje, consumida legalmente em alguns países (como Peru e Bolívia) sob a forma de chá, onde a absorção do princípio ativo é muito baixa. Os Incas e outros povos dos Andes usaram-na certamente, permitindo-lhes trabalhar a altas altitudes, onde a rarefação do ar e o frio tornam o trabalho árduo especialmente difícil. A sua ação anorexiante (supressora da fome) lhes permitia transportar pouquíssima comida para vários dias. O seu uso entre os espanhóis do novo mundo espalhou-se, sendo as folhas usadas para tratar feridas, ossos partidos ou curar resfriados. A coca foi levada para a Europa em 1580. A cocaína foi isolada das folhas de coca por Niemann em 1860, que lhe deu o nome. O seu uso espalhou-se gradualmente. Após visitas à América do Sul, cientistas italianos levaram amostras da planta para o seu país. O químico Ângelo Mariani desenvolveu, em 1863 o vinho Mariani, uma infusão alcoólica de folhas de coca (mais poderosa que as infusões de água ou chás usadas antes devido ao poder extrativo do etanol). A Coca-Cola seria inventada em parte como tentativa de competição dos comerciantes americanos com o vinho Mariani importado da Itália, e os seus efeitos foram sem dúvidas determinantes do poder atrativo inicial da bebida.
A cocaína tornou-se popular entre as classes altas no fim do século XIX. Entre consumidores famosos do vinho Mariani contavam-se Ulysses Grant, Sir Arthur Conan Doyle (criador do detective Sherlock Homes), Júlio Verne, Thomas Edison, o Rei William III e o Papa Leão XII, que até apareceu na publicidade do produto e Frédéric Bartholdi (francês, criador da Estátua da liberdade), que comentou que se o vinho tivesse sido inventado mais cedo teria feito a estátua mais alta (um sintoma de excesso de autoconfiança típico).
Uma xícara de mate de coca servido em Villazón, Bolivia.

[editar] Popularização

Em 1878, nos EUA, W.H.Bentley realçou as propriedades da cocaína como um antídoto para o vício do ópio, da morfina e do álcool. Em Viena, 1884, Sigmund Freud, o médico criador da psicanálise experimentou-a em pacientes, fascinado pelos seus efeitos psicotrópicos. Publicou inclusivamente um livro Über Coca sobre as suas experiências. Ele utilizou-a contra a depressão e contra o vício da morfina. Foi ele que a forneceu ao oftalmologista Carl Köller, que em 1884 a usou pela primeira vez enquanto anestésico local, aplicando gotas com cocaína nos olhos de pacientes antes de serem operados. A popularidade da cocaína ganha terreno: Em 1885 a companhia americana Park Davis vendia livremente cocaína em cigarros, pó ou liquido injetável sob o lema de "substituir a comida; tornar os covardes corajosos, os silenciosos eloqüentes e os sofredores insensíveis à dor".

[editar] Proibição

Apesar do entusiasmo, os efeitos negativos da cocaína acabaram por ser descobertos. Entre 1885 e 1890, a literatura médica apresentou mais de 400 relatos de perturbações físicas e psíquicas devido ao consumo de cocaína. Já que muitos deles se referiam à pessoas que tinham administrado esta substância como antídoto para o vício da morfina, as duas drogas, apesar de possuírem efeitos muito diferentes, começaram a ser confundidas e regulamentadas, a nível internacional, do mesmo modo. Em 1903, a cocaína foi removida da Coca-Cola. Na Europa, a cocaína foi proibida após a Primeira Guerra Mundial, mas continuou a ser usada como medicamento até ter sido substituída pelas anfetaminas no final dos anos 30. Até ao início dos anos 70, o consumo manteve-se bastante baixo, altura a partir da qual a cocaína começou a ser associada à imagem de êxito social. Tal fato aumentou o consumo, que se propagou às diferentes classes sociais e teve bastante aceitação entre os consumidores de outras drogas.
Em Portugal, a cocaína apareceu no mercado negro nos anos 80. No início era uma droga de elite, mas rapidamente o seu uso se generalizou, tornando-se um problema de saúde pública.
Folhas de Coca
Folhas e frutas

A história do crack está diretamente relacionada com a da cocaína, droga que surgiu nos anos 60 e que, na época, era grandemente consumida por grupos de amigos, em um contexto recreativo. No entanto, a cocaína era uma droga cara, apelidada de “a droga dos ricos”. Esse foi o principal motivo para a criação de uma “cocaína” mais acessível.
De fato, a partir da década de 70 começaram a misturar a cocaína com outros produtos e conforme outros métodos. Foi assim que surgiu o crack, obtido por meio do aquecimento de uma mistura de cocaína, água e bicarbonato de sódio. Na década de 80, o crack se tornou grandemente popular, principalmente entre as camadas mais pobres dos Estados Unidos.

[editar] Efeitos psicológicos

O crack é uma substância que afeta a química do cérebro do usuário: causando euforia, alegria, suprema confiança, perda de apetite, insônia, aumento da energia, um desejo por mais crack, e paranóia potencial (que termina após o uso). O seu efeito inicial é liberar uma grande quantidade de dopamina, uma química natural do cérebro que causa sentimentos de euforia e de prazer. O efeito geralmente dura de 5-10 minutos, após o qual os níveis de tempo de dopamina no cérebro despencam, deixando o usuário se sentindo deprimido. Quando o crack é dissolvido e injetado, a absorção pela corrente sanguínea é tão rápido como a absorção que ocorre quando o crack é fumado, e sentimentos de euforia pode ser experimentado. Uma resposta típica entre os usuários é ter outro hit da droga, no entanto, os níveis de dopamina no cérebro levam muito tempo para se restabelecer, e cada dose recebido em rápida sucessão leva a efeitos cada vez menos intenso. No entanto, uma pessoa pode ficar 3 ou mais dias sem dormir, enquanto sob o efeito do crack. Uso do crack em uma festa, durante o qual a droga é tomada repetidamente e em doses cada vez mais elevadas, leva a um estado de irritabilidade crescente, agitação e paranóia. Isso pode resultar em uma psicose paranóica, em que o indivíduo perde o contato com a realidade e passa a ter alucinações. Abuso de estimulantes de drogas (principalmente anfetaminas e cocaína) podem levar a parasitose delirante (Síndrome aka Ekbom: a crença equivocada de que são infestados de parasitas). Por exemplo, o uso de cocaína em excesso pode levar à formigamento , apelidado de "bugs cocaína" ou " erros de coque ", onde as pessoas afetadas acreditam ter, ou sentir, parasitas rastejando sob a pele. Essas ilusões também estão associados com febre alta ou abstinência do álcool, muitas vezes juntamente com alucinações visuais sobre insetos. Pessoas que vivem essas alucinações podem arranhar-se e causar danos cutâneos graves e sangramento, especialmente quando eles estão delirando.[3]

[editar] Efeitos fisiológicos

Crack sendo feita em uma colher
Os efeitos fisiológicos em curto prazo do crack incluem: constrição dos vasos sanguíneos, pupilas dilatadas, aumento da temperatura, da freqüência cardíaca e da pressão arterial. Grandes quantidades (várias centenas de miligramas ou mais) intensificam o efeito do crack para o usuário, mas também pode levar a um comportamento bizarro, errático, e violento. Grandes quantidades podem induzir tremores, vertigens, espasmos musculares, paranóia ou, com doses repetidas, uma reação tóxica muito parecida com a reação do uso das anfetaminas. Alguns usuários de crack relataram sentimentos de agitação, irritabilidade e ansiedade. Em casos raros, morte súbita pode ocorrer no primeiro uso do crack ou de forma inesperada depois. As mortes relacionadas ao crack são muitas vezes resultado de parada cardíaca ou convulsões seguida de parada respiratória. Uma tolerância considerável ao uso do crack pode se desenvolver, com muitos viciados relatando que eles procuram, mas não conseguem atingir tanto prazer como fizeram da sua primeira experiência. Alguns usuários aumentam a frequência das doses para intensificar e prolongar os efeitos eufóricos. Embora a tolerância à altas doses possa ocorrer, os usuários poderão também tornar-se mais sensíveis (sensibilização) para efeitos anestésicos e convulsivante do crack, sem aumentar a dose tomada:. Aumento de sensibilidade pode explicar algumas mortes que ocorrem após doses aparentemente baixas de crack.[4]
O crack eleva a temperatura do corpo, podendo causar no dependente um acidente vascular cerebral. A droga também causa destruição de neurônios e provoca a degeneração dos músculos do corpo (rabdomiólise), o que dá aquela aparência característica (esquelética) ao indivíduo: ossos da face salientes, braços e pernas finos e costelas aparentes. O crack inibe a fome, de maneira que os usuários só se alimentam quando não estão sob seu efeito narcótico. Outro efeito da droga é o excesso de horas sem dormir, e tudo isso pode deixar o dependente facilmente doente.
O livro 'Overdose, do pesquisador paraibano Jair Cesar de Miranda Coelho, membro do Conselho Estadual de Entorpecentes da Paraíba (CONEN-PB), faz uma análise comparativa entre o consumo de crack na década de noventa e qual o perfil do consumidor e usuário de crack no Brasil atualmente.
A maioria das pessoas que consome bebidas alcoólicas não se torna alcoólatra[carece de fontes?]. Isso também é válido para outras drogas. No caso do crack, com apenas três ou quatro doses, às vezes até na primeira, o usuário se torna completamente viciado[carece de fontes?]. Normalmente o dependente, após algum tempo de uso da droga, continua a consumi-la apenas para fugir do desconforto da síndrome de abstinênciadepressão, ansiedade e agressividade —, comum a outras drogas estimulantes.
Após o uso, a pessoa apresenta quadros de extrema violência, agressividade que se manifesta a princípio contra a própria família, desestruturando-a em todos os aspectos, e depois, por consequência, volta-se contra a sociedade em geral, com visível aumento do número de crimes relacionados ao vício em referência[1].
O consumo de crack fumado através de latas de alumínio como cachimbo, uma vez que a ingestão de alumínio está associada a dano neurológico, tem levado a estudos em busca de evidências do aumento do alumínio sérico em usuários de crack.[5]e sim

[editar] Associação à prática de crimes e promiscuidade

O uso do crack — e sua potente dependência psíquica — frequentemente leva o usuário que não tem capacidade monetária para bancar o custo do vício à prática de delitos e para obter a droga. Os pequenos furtos de dinheiro e de objetos, sobretudo eletrodomésticos, muitas vezes começam em casa. Muitos dependentes acabam vendendo tudo o que têm a disposição, ficando somente com a roupa do corpo. Em alguns casos, podem se prostituir para sustentar o vício. O dependente dificilmente consegue manter uma rotina de trabalho ou de estudos e passa a viver basicamente em busca da droga, não medindo esforços para consegui-la. Tais "sintomas" foram mostrados pelo programa Profissão Reporter, que foi ao ar pela TV Globo, no dia 16/11/2010. O crack pode causar doenças reumáticas, podendo levar o indivíduo a morte.
Embora seja uma droga mais barata que a cocaína, o uso do crack acaba sendo mais dispendioso: o efeito da pedra de crack é mais intenso, mas passa mais depressa, o que leva ao uso compulsivo de várias pedras por dia.
O pesquisador Luis Flávio Sapori, do Instituto Minas pela Paz, que realizou a mais aprofundada pesquisa sobre o assunto, financiada pelo CNPq, aponta que o crack é sem dúvida um fator de risco para a violência urbana. Segundo Sapori não há uma política nacional de saúde pública para acolher o dependente químico que queira se tratar. Ao mesmo tempo não há mecanismos para aqueles que necessitariam de uma internação involuntária.[6]

[editar] Chances de recuperação

As chances de recuperação dessa doença, que muitos especialistas[carece de fontes?] chamam de "doença adquirida" (lembrando que a adição não tem cura[carece de fontes?]), são das mais baixas que se conhece dentre todas as droga-dependências. A submissão voluntária ao tratamento por parte do dependente é difícil, haja vista que a "fissura", isto é, a vontade de voltar a usar a droga, é grande demais. Além disso, a maioria das famílias de usuários não tem condições de custear tratamentos em clínicas particulares ou de conseguir vagas em clínicas terapêuticas assistenciais, que nem sempre são idôneas[2]. É comum o dependente iniciar, mas abandonar o tratamento[3].
A imprensa também tem mostrado as dificuldades sofridas por parentes de viciados em crack para tratá-los.[4] Casos extremos, de famílias que não conseguem ajuda no sistema publico de saúde, são cada vez mais comuns [5].
A melhor forma de tratamento desses pacientes ainda parece ser objeto de discussão entre especialistas, mas muitos psiquiatras e autoridades posicionam-se a favor da internação compulsória em casos graves e emergenciais, cobrando previsão legal e aumento de vagas em clínicas públicas que oferecem esse tipo de internação[6]. Poucas cidades brasileiras possuem o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e drogas (Caps AD). Essa modalidade de CAPS possui atendimento ambulatorial e hospital-dia com equipes interdisciplinares cuja a função é criar uma rede de atenção aos usuários de álcool e outras drogas.[7][8]
A recuperação não é impossível, mas depende de muitos fatores, como o apoio familiar, da comunidade e a persistência da pessoa (vontade de mudar). Além disso, quanto antes procurada a ajuda, mais provável o sucesso no tratamento. Segundo o médico psiquiatra Marcelo Ribeiro de Araújo, "Faz-se necessário a constituição de equipe interdisciplinar experiente e capacitada, capaz de lhes oferecer um atendimento intensivo e adequado às particularidades de cada um deles, contemplando suas reais necessidades de cuidados médicos gerais, de apoio psicológico e familiar, bem como de reinserção social."[9]
Seis vezes mais potente que a cocaína[carece de fontes?], o crack tem ação devastadora provocando lesões cerebrais irreversíveis[carece de fontes?] e aumentando os riscos de um derrame cerebral ou de um infarto.
Diferentemente do que se poderia imaginar, porém, não são as complicações de saúde pelo uso crônico da droga, mas sim os homicídios, que constituem a primeira causa de morte entre os usuários, resultantes de brigas em geral, ações policiais e punições de traficantes pelo não-pagamento de dívidas contraídas nesse comércio. Outra causa importante são as doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV por exemplo, por conta do comportamento promíscuo que a droga gera. O modo de vida do usuário, enfim, o expõe à vitimização, muitas vezes e infelizmente levando-o a um fim trágico.
Estudos indicam que a porcentagem de usuários de crack que são vítimas de homicídio é significativamente elevada:[10] O pesquisador Marcelo Ribeiro de Araújo acompanhou 131 dependentes de crack internados em clínicas de reabilitação e concluiu que usuários de crack correm risco de morte oito vezes maior que a população em geral. Cerca de 18,5% dos pacientes morreram após cinco anos. Destes, cerca de 60% morreram assassinados, 10% morreram de overdose e 30% em decorrência de AIDS.

[editar] Disseminação do vício

Cracolândia, ponto de consumo de crack em São Paulo
Estatísticas e apreensões policiais[carece de fontes?] demonstram um aumento percentual do consumo de crack em relação às outras drogas, vindo seus usuários das mais variadas camadas sociais. Outros estudos[carece de fontes?] relacionam a entrada do crack como droga circulante em São Paulo ao aumento da criminalidade e da prostituição entre os jovens, com o fim de financiar o vício. Na periferia da cidade de São Paulo, jovens prostitutas viciadas em crack são o nicho de maior crescimento da aids no Brasil.[carece de fontes?]
Outras drogas, sobretudo a cocaína, funcionam, via de regra, como porta de entrada para o crack[carece de fontes?] a que o usuário recorre por falta de dinheiro, para sentir efeitos mais fortes, ou ainda por curiosidade. Assim, na degenerescência do vício, o crack aparece como o degrau mais baixo (o "fundo do poço").
O efeito social do uso do crack é o mais deletério e, nesse sentido, o seu surgimento pode ser considerado um divisor de águas no submundo das drogas. As pedras começaram a ser usadas no ano de 1990 na periferia de São Paulo e, segundo se diz, de início as próprias quadrilhas de traficantes do Rio de Janeiro não permitiam a sua entrada, pois os bandidos temiam que o crack destruísse rapidamente sua fonte de renda: os consumidores.
Entretanto, em menos de dois anos a droga alastrou-se por todo o Brasil. Recentes reportagens demonstram que o entorpecente tornou-se o mais comercializado nas favelas cariocas multiplicando os lucros dos traficantes[7].
Atualmente, pode-se dizer que há uma verdadeira "epidemia" de consumo do crack no País, atingindo cidades grandes, médias e pequenas. Efetivamente, é o que aponta recente pesquisa da Confederação Nacional de Municípios, amplamente divulgada, segundo a qual o crack é consumido em 98% das cidades brasileiras.[11]
Alguns consumidores, em especial do sexo feminino, na prostituição de baixo nível, visando somar recursos para manter o próprio vício, utilizam-se da introdução de pequenas porções de crack em cigarros de maconha, no que é chamado de "desirée", "craconha" ou "criptonita", na gíria do meio consumidor e traficante de crack[12]. Esta prática também é utilizada por traficantes, que adicionam uma pequena quantidade de crack à maconha e vendem aos usuários, sem que estes saibam. É uma tática cruel para obter novos viciados.[13][5]

[editar] Questões econômicas

Embora gere menos renda para o traficante por peso de cocaína produzida, o crack, sendo mais viciante, garante um mercado cativo de consumo.
A pressão sobre o tráfico de cocaína (de menor volume e maior valor agregado) para os países ricos, tem deslocado o tráfico para o mercado de crack, passível de ser facilmente colocado para populações de baixa renda.[14]

[editar] Ver também

Referências

  1. Prevenção de droga na escola: uma abordagem psicodramática
  2. G1. "Absorção do crack é maior do que a de drogas injetáveis". . (página da notícia visitada em 28/10/2009)
  3. http://en.wikipedia.org/wiki/Crack_cocaine (em inglês)
  4. http://en.wikipedia.org/wiki/Crack_cocaine (em Inglês)
  5. a b Flavio Pechansky et al; Usuárias brasileiras de crack apresentam níveis séricos elevados de alumínio; Rev. Bras. Psiquiatr. vol.29 no.1 São Paulo Mar. 2007 Epub Feb 28, 2007; doi: 10.1590/S1516-44462006005000034
  6. http://www.comunidadesegura.org/pt-br/MATERIA-Crack-fator-de-risco-para-a-violencia-urbana
  7. http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,pesquisa-98-das-cidades-brasileiras-tem-problemas-ligados-ao-crack,653165,0.htm
  8. Prevenção ao uso indevido de drogas : Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias. - 3.ed.- Brasília: Presidência da República. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD, 2010
  9. http://www.abead.com.br/entrevistas/exibEntrevista/?cod=32
  10. "Alta mortalidade entre jovens usuários de crack no Brasil". . (página da notícia visitada em 26/11/2009)
  11. http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,pesquisa-98-das-cidades-brasileiras-tem-problemas-ligados-ao-crack,653165,0.htm
  12. http://betobertagna.com/2010/07/12/desiree-craconha-ou-criptonita-para-os-traficantes-a-imaginacao-e-infinita/
  13. http://www.comunidadesegura.org/pt-br/node/45116
  14. Gustavo Leal de Albuquerque; O crack em Pernambuco ; ABIN - Agência Brasileira de Inteligência - www.abin.gov.br

Parabéns CAPS pelo nascimento do seu primeiro blogger!!!!!!

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